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A Diversidade Ecológica do Brasil e Seus Biomas
O Brasil é um país de imensa riqueza natural, possuindo uma diversidade de biomas que contribuem para sua grandiosidade ecológica e para o equilíbrio ambiental global. Cada bioma brasileiro é único, apresentando características próprias de clima, vegetação, fauna e relações com as comunidades humanas. Esses ecossistemas não só são fundamentais para a biodiversidade nacional, como também desempenham um papel crucial nas questões ambientais globais, como o controle climático e a preservação dos recursos hídricos.
Este artigo visa explorar alguns biomas brasileiros específicos, com ênfase no Cerrado, na Chapada das Mesas, na Caatinga, no Delta do Parnaíba e no Jalapão. Cada um desses biomas possui peculiaridades que os tornam essenciais para a conservação ambiental e para o entendimento do papel do Brasil na manutenção da biodiversidade mundial.
Cerrado: O Bioma da Savana Brasileira
O Cerrado é um dos biomas mais importantes do Brasil, sendo o segundo maior em extensão no país. Localizado principalmente no Centro-Oeste, o Cerrado apresenta uma vegetação característica de savana, com árvores de pequeno porte, arbustos e gramíneas. Sua vegetação adaptada à seca, com raízes profundas e cascas grossas, permite que o bioma resista às longas estiagens da região.
Além de ser um bioma fundamental para a conservação da água, o Cerrado abriga uma enorme biodiversidade e é o lar de diversas espécies endêmicas. No entanto, o Cerrado enfrenta grandes desafios, como o avanço do desmatamento devido à expansão da agricultura e pecuária. A sua preservação é essencial não só para o Brasil, mas também para o equilíbrio climático global.
Cerrado é um bioma brasileiro, caracterizada especialmente pelo bioma savana, mas também por floresta estacional e campo. A palavra "cerrado" pode ser usada em três sentidos. Em primeiro, a "fisionomia do cerrado sensu stricto" é uma das fisionomias do bioma savana, e parte da província florística cerrado sensu lato.
O Cerrado é o maior bioma da América do Sul e o segundo maior bioma do Brasil, compreendendo cerca de 22% do território brasileiro. Caracteriza-se por ser uma região de savana, estendendo-se por cerca de 200 milhões de quilômetros quadrados. Possui uma formação vegetal de grande biodiversidade e grande potencial aquífero, no entanto, é considerado atualmente o segundo bioma do Brasil mais ameaçado.
Chapada das Mesas: O Patrimônio Natural no Maranhão
A Chapada das Mesas, situada no estado do Maranhão, é um dos mais fascinantes destinos ecológicos do Brasil. Este bioma é uma área de transição entre o Cerrado e a Amazônia, com uma grande variedade de vegetação, que vai desde a savana até trechos de floresta. A região é caracterizada por imponentes formações rochosas, mesas e cânions, além de uma rica fauna, incluindo espécies ameaçadas de extinção, como o lobo-guará.
A Chapada das Mesas é também um importante ponto de ecoturismo e preservação, com várias áreas de proteção ambiental que buscam equilibrar o desenvolvimento regional com a conservação dos ecossistemas. Seu clima semiárido e suas paisagens únicas são um verdadeiro patrimônio natural.
A Chapada das Mesas é composta pelos municípios de Imperatriz, Tasso Fragoso, Estreito, Carolina, Riachão, Balsas, Formosa da Serra Negra, Fortaleza dos Nogueiras, Itinga do Maranhão, Campestre, Alto Parnaíba, Açailândia no centro-sul do Maranhão. O nome vem de seus platôs, que lembram o formato de mesas de pedra, concentradas principalmente nas cidades de Carolina e Riachão. As cachoeiras e piscinas naturais de água cristalina, com temperaturas amenas em torno de 22° C, e em meio aos imensos paredões rochosos, são as grandes responsáveis pelo encanto que envolve o local. ÁREA: 159.953,78 hectares.
O jeito mais fácil de como chegar na Chapada das Mesas é de avião, através do aeroporto de Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão. As companhias aéreas que fazem esse trajeto são Gol e Latam, e o voo leva aproximadamente 5/6 horas de viagem, com uma parada (não há voos diretos). Portanto, se você está planejando uma viagem a Chapada das Mesas e está em dúvida sobre quantos dias ficar, o ideal mesmo são pelo menos 5 dias inteiros, considerando os translados.
Caatinga: O Bioma Semiárido e Suas Estratégias de Sobrevivência
O bioma Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro e cobre grande parte do Nordeste. Seu clima árido e quente é um desafio para a fauna e flora locais, que desenvolveram características adaptativas, como a resistência à seca e a capacidade de armazenar água. Apesar de suas condições desafiadoras, a Caatinga possui uma biodiversidade única, com diversas espécies de plantas e animais adaptados a esse ambiente.
No entanto, a Caatinga está entre os biomas mais ameaçados do Brasil devido ao desmatamento e à pressão de atividades agrícolas, como o cultivo de grãos e a pecuária. A preservação da Caatinga é essencial não apenas para o Nordeste, mas também para o equilíbrio ecológico de outras regiões do Brasil.
A caatinga é um dos grandes biomas brasileiros mais fragilizados. O uso insustentável de seus solos e recursos naturais ao longo de centenas de anos de ocupação, fazem com que a caatinga esteja bastante degradada. É comum a associação da imagem de local pobre e seco, a caatinga, pela mídia e filmes. Os problemas de conservação da Caatinga surgiram com o início da colonização do Brasil, devido a exploração intensa dos recursos naturais e minerais, além do genocídio dos povos indígenas, que desde sempre detinham conhecimentos milenares sobre a biodiversidade e conservação do bioma.
Delta do Parnaíba: Onde o Rio Encontra o Mar
O Delta do Parnaíba é uma das maiores áreas de delta do mundo, localizado no estado do Piauí. Esta região é caracterizada por uma complexa rede de ilhas, igarapés e manguezais, que formam um ecossistema único e de grande importância para a fauna marinha e de água doce. O Delta é um importante ponto de passagem para aves migratórias e abriga diversas espécies de peixes, crustáceos e moluscos.
A dinâmica da água doce e salgada no Delta do Parnaíba cria um ambiente diversificado, com grande potencial para o ecoturismo. A região também enfrenta ameaças relacionadas à poluição e à exploração predatória de recursos naturais, o que exige atenção para sua conservação.
O Delta do Rio Parnaíba ou Delta das Américas corresponde à foz do Rio Parnaíba e está situado entre os estados brasileiros do Maranhão e Piauí. A foz abre-se em cinco braços, envolvendo 73 ilhas fluviais.
Por lá, você poderá curtir as mais lindas praias do nordeste, fazer passeios de buggy pelas dunas e praias, mergulhar nas lagoas de água salgada e apreciar paisagens impressionantes.
As paisagens que fazem parte do Delta são fenômenos da natureza que você encontra somente em poucos lugares do mundo, como o Rio Nilo, na África, e também em Mekong, no Vietnã.
Jalapão: O Deserto Verde do Tocantins
O Jalapão, localizado no estado de Tocantins, é um bioma de cerrado que se destaca por suas paisagens deslumbrantes, que incluem dunas, chapadas, cachoeiras e nascentes cristalinas. Embora o Jalapão seja um dos destinos mais remotos e pouco explorados do Brasil, ele abriga uma biodiversidade riquíssima, incluindo espécies endêmicas como o lince e o tamanduá-bandeira.
Além de sua importância ecológica, o Jalapão tem atraído cada vez mais turistas, que buscam uma experiência de ecoturismo em contato direto com a natureza. Sua preservação é vital não só pela sua biodiversidade, mas também pela importância hídrica da região para o estado de Tocantins.
O parque estadual do Jalapão é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral à natureza localizada na região leste do estado do Tocantins. O território do parque, com uma área de 158 970,95 ha, está distribuído pelos municípios de Mateiros e São Félix do Tocantins.
Amazônia
Apesar de sua importância, a floresta amazônica enfrenta desafios há décadas. Atividades como mineração, extração de madeira, desmatamento para criação de pastagens e tráfico de animais são alguns problemas que podem fazer a Amazônia ser ainda mais destruída. A Amazônia está presente em 9 países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Venezuela, Suriname e França, devido ao território da Guiana Francesa. 60% da floresta estão no Brasil. No Brasil, a Amazônia está presente em 9 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia, Tocantins, ocupando quase 50% do território brasileiro.
O bioma Amazônia possui fauna e flora ricas em biodiversidade. Os principais representantes da fauna são onça-pintada, boto-cor-de-rosa, arara-azul, capivara, tatu e cobras, como a cascavel e a jararaca. A flora é constituída por aproximadamente 30 mil espécies das quase 100 mil existentes na América Latina. Entre as espécies de plantas mais conhecidas destaca-se a vitória-régia, característica dos igapós.
Mata Atlântica
A Mata Atlântica é um bioma localizado especialmente ao longo do litoral brasileiro. Essa formação vegetacional é composta por um elevado volume de espécies. A zona geográfica de Mata Atlântica é marcada pelo clima tropical, com forte influência da umidade, além do considerável volume de chuvas. O clima da Mata Atlântica é tropical úmido, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano e temperaturas médias entre 20°C e 30°C.
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A principal ameaça à Mata Atlântica ainda é o desmatamento. O que a gente observa é perda de biodiversidade, uma grande parcela das espécies ameaçadas de extinção. São 250 espécies de mamíferos, 1020 de pássaros, 197 de répteis, 340 de anfíbios e 350 de peixes que integram até hoje o bioma, sem contar os insetos, demais invertebrados, e, ainda, as espécies não descobertas pela ciência que podem habitar os trechos intactos de floresta.
Este bioma ocupava uma área de 1.110.182 Km², e correspondia a 15% do território nacional, mas hoje restam apenas 12,5% da floresta que existia originalmente. É constituída principalmente por mata ao longo da costa litorânea que vai do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. A Mata Atlântica passa pelos territórios dos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, e parte do território do estado de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. A Mata Atlântica apresenta uma variedade de formações, engloba um diversificado conjunto de ecossistemas florestais com estrutura e composições florísticas bastante diferenciadas, acompanhando as características climáticas da região onde ocorre.
Cerca de 70% da população brasileira vive no território da Mata Atlântica. As nascentes e mananciais abastecem as cidades, sendo um dos fatores que tem contribuído com os problemas de crise hídrica, associados à escassez, ao desperdício, à má utilização da água, ao desmatamento e à poluição.
A biodiversidade da Mata Atlântica é semelhante à da Amazônia. Os animais mais conhecidos da Mata Atlântica são: Mico-Leão-Dourado, onça-pintada, bicho-preguiça e capivara.
Pantanal
O Pantanal ocupa uma área de 150.355 Km², possuindo quase 2% do território nacional e é constituído principalmente por savana estépica alagada. Este bioma está presente em apenas dois estados brasileiros: o Mato Grosso com 7% de ocupação do território e o Mato Grosso do Sul com 25%. A região é uma planície aluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e abundância.
No Pantanal, o clima é marcado pelas altas temperaturas, grande índice pluviométrico, um verão quente e chuvoso e um inverno frio e seco. Assim, o solo que se forma é utilizado como áreas de pastagens para o gado. A vegetação pantaneira, dependendo da altitude, envolve as gramíneas, árvores de médio porte, plantas rasteiras e arbustos.
Localizado no coração da América do Sul, o Pantanal é uma região peculiar não só pelas suas belezas naturais como também pelo papel que desempenha na conservação da biodiversidade.
Também chamado de “reino das águas”, esse imenso reservatório de água doce é muito importante para o suprimento de água, a estabilização do clima e a conservação do solo.
O Pantanal é a maior área úmida continental do planeta. Ele ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e estende-se pela Bolívia e Paraguai.
Para enfrentar esses problemas o WWF desenvolve iniciativas de conservação compartilhadas com o Brasil, o Paraguai e a Bolívia e busca reduzir os prejuízos das atividades humana, promovendo a proteção dos ecossistemas aquáticos, o desenvolvimento de boas práticas produtivas, o planejamento sistemático do território e o desenvolvimento de hábitos responsáveis de consumo.
Fonte: (Mittermeier, 2002; PCBAP, 1997; Azurduy ed., 2008).
Pampa
Na América do Sul, os campos e pampas se estendem por uma área de aproximadamente 750 mil km2, compartilhada por Brasil, Uruguai e Argentina. No Brasil, o bioma Pampa está restrito ao Rio Grande do Sul, onde ocupa 178.243 km2 – o que corresponde a 63% do território estadual e a 2,07% do território nacional. Pampa é um bioma típico do estado do Rio Grande do Sul. Ele é formado por extensas regiões de relevo suave ondulado cobertas por uma vegetação de gramíneas.
O Pampa, também conhecido como Campos, Campos Sulinos ou Campanha Gaúcha, é um bioma localizado no centro-sul do continente americano. No Brasil, ele ocorre somente no estado do Rio Grande do Sul. Sua vegetação é composta basicamente por gramíneas. É um bioma bastante homogêneo, caracterizado pela presença do clima subtropical, pelo relevo suave ondulado e pela grande reserva de água. O Pampa é bastante explorado economicamente, especialmente pelas atividades agropecuárias.
A paisagem do Pampa se modifica um pouco em cada local, mas em sua maioria se caracteriza por campos nativos, mas há também a presença de matas ciliares, matas de encosta, matas de pau-ferro, formações arbustivas, butiazais, banhados, afloramentos rochosos, entre outras formações. Além disso, seus campos possuem mais de 450 espécies de gramíneas, além de leguminosas como a babosa-do-campo, o amendoim-nativo e o trevo-nativo, e ainda bromélias e até cactos, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente brasileiro
Conclusão: A Necessidade Urgente de Preservação
Os biomas brasileiros discutidos neste artigo, apesar de suas diferenças, compartilham um elo comum: todos são fundamentais para a manutenção da biodiversidade e do equilíbrio ecológico do Brasil e do mundo. A preservação desses ecossistemas é uma responsabilidade coletiva, e é essencial que políticas públicas eficazes e a conscientização ambiental sejam fortalecidas para garantir que esses biomas, e suas riquezas naturais, continuem a existir para as futuras gerações.